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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Control Room – A mídia e suas ações.

O comentário presente tem como base o artigo Hegemonia cultural aplicada à mídia da estudante de história Karolline Pacheco Santos, sendo focados certos pontos principais expostos e adicionados alguns complementos.


Como posto no artigo, a mídia é um ator ativo e de importância fundamental no campo político atual, apresentando tendências de acordo com o que é mais relevante. Essa ênfase é justamente dada pelo grupo dominante que também comporta boa parcela de influência nas decisões do que vai e como será noticiado. E isso não pode ser considerado uma repressão por parte daqueles que detém tal poder, mas sim um jogo de interesses mútuos que se completam a fim de que objetivos específicos sejam atingidos.


Não cabe à mídia americana, por exemplo, explorar imagens de seus soldados mortos, como mostrado no filme pela Al-Jazeera, pelo fato de que seus telespectadores e leitores não desejarem tal notícia, tendo uma repercussão negativa na sua área de atuação. A rede árabe, no entanto, não apresenta tal preocupação já que, como dizem seus repórteres no filme, estão invadindo o país deles e tais imagens, sejam sensacionalistas ou não, demonstram uma realidade que cabe à Al-Jazeera realçar.


O citado cientista político italiano Gramsci explica, através de seu conceito de hegemonia cultural, o porquê da não ocorrência da revolução do proletariado na Europa Ocidental, considerada inevitável pelo marxismo ortodoxo de Lênin, no século XX. Desta forma, pode-se estender a observação acima ao campo midiático, tendo em vista que tal conceito expressa a coerção ideológica como participante essencial no processo de dominação, como verificou-se também naquela época.


No mesmo contexto, o sociólogo francês Pierre Bourdieu expõe seu ponto de vista com a conceituação de campo. Este, por sua vez, é a representação de um espaço considerado simbólico, no qual há lutas dos atores que legitimam suas ações, dominações, enfim. A mídia encontra-se nesta visão, sendo um instrumento importantíssimo de dominação e legitimação daqueles presentes neste campo.


Para a autora também, a mídia representa uma forma de que a hegemonia cultural se faça presente na sociedade civil, difundindo valores que determinam interesses. Isto tudo ainda no conceito gramsciano. Todavia, independente em qual filósofo ou sociólogo se está embasado, a mídia não está no pilar da neutralidade tão evocado por aqueles que estão nos bastidores e, ao mesmo tempo, são atores do mundo moderno.




Autor: Renato Ávila de Azevedo – Engenharia Civil.

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