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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A discriminação é de classe ou de cor?

A partir do texto “Raça e Pobreza no Brasil” extraído do livro Classes, Raças e Democracia do professor titular do Departamento de Sociologia da USP, Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, pôde-se notar que ainda hoje é necessária a utilização do termo raça.
Embora considerado por alguns intelectuais um termo abusivo, posto que não retrata de forma “coerente” a realidade brasileira e não tem cunho científico, o termo “raça” ainda é o melhor recurso na análise do grupo social que compartilha uma “identidade social”, que é “relativamente estável e cujas fronteiras sejam marcadas por formas diversas de discriminação baseadas em atributos como a cor”, nas palavras do autor.
Foi discutido que, embora a teoria de que há no nosso país uma relação cordial entre as diferentes raças – relação essa chamada de democracia racial que prega o discurso de que a discriminação é de classe e não de cor, é bastante claro que a segregação da sociedade é baseada em fatores como cor, traços físicos e ascendência, ou seja, de raça.

Ainda que a discriminação fosse de classe, onde a classe pobre é subjugada pela rica, ela ainda teria caráter racial visto que grande parte da população pobre é composta pelos negros. Ao chegar nesse ponto descobrimos que há um ciclo vicioso que explica o porquê “dos pobres serem pobres porque são negros”. É que na sua imensa maioria, os negros não têm acesso à educação de qualidade e conseqüentemente não conseguem posição privilegiada no mercado de trabalho. Descobrimos então a necessidade de políticas afirmativas para a inserção do negro nos espaços onde normalmente só as elites dominam, como nas universidades públicas através do sistema de cotas para negros.
Embora polêmico, o assunto rendeu ao menos uma conclusão que aqui me arrisco em chamar de unânime: é preocupante a discriminação que acontece contra os negros no nosso país, visto que ela vem disfarçada em um discurso que diz que o fato da sociedade brasileira ser tão miscigenada faz com que não haja preconceito e discriminação contra os negros, quando sabemos que na verdade a maioria dos atos preconceituosos são motivados por fatores de cunho racial.
Autora: Adrielle Silva - Ciências Contábeis 3º semestre

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