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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Tomar o poder ou rever a dominação?

Como se forma uma elite cristalizada,em que a massa fica sempre à margem do desenvolvimento e dos benefícios do Estado? Simples, forme uma massa ignorante. No Brasil não é difícil perceber como a mídia ajudou e ajuda no processo de “emburrecimento” das massas, a mídia dá às massas programas, estereótipos, informações, para controlar a massa. As novelas, e os Big Brothers são duas ferramentas fundamentais nesse processo, pois dão à massa as respostas de todos os questionamentos, e quando alguém da periferia vê que sua casa não é como a casa do rico da novela, ela simplesmente olha para o núcleo pobre, e se conforma com a situação em que vive. Posso estar exagerando com isso, mas se compararmos a realidade das periferias, em relação ao modo de pensar das pessoas, são praticamente reproduções do que se vê nas novelas(principalmente da rede Globo). As pessoas menos favorecidas buscam nos programas sociais do governo, a superação de sua pobreza, uma relação paternalista em que o filho pobre receberá a herança de seu Pai rico. É como se toda pessoa menos favorecida fosse o filho pródigo que foi embora, deixou todos os bens, mas na bondade infinita do “Pai”(o político), ele será restabelecido no seio familiar, vai receber o bolsa família, o seu bolsa escola, e em troca de tanto “amor” do “Pai”, deverá ajudar seu “Pai”, ou sendo seu cabo eleitoral, ou simplesmente perpetuando o status de seu “Pai.”
Segundo pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral um pouco mais da metade, 51,5%, dos 127,4 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar até o final de 2007 não conseguiram completar o primeiro grau ou apenas lê e escreve. O quadro é ainda mais dramático quando somados os 6,46% de eleitores analfabetos em todo o país.
Marx lutou pelo proletariado e se ele vivesse no século XXI,os trabalhadores já o teriam considerado uma piada, ele seria o Inri Cristo dos trabalhadores.A militância se traiu assumindo cargos políticos, ao ver Caetano Veloso fazendo shows,vivendo de uma forma tão aburguesada, nem se imagina que foi um dos extraditados brasileiros. Os caras-pintadas são os senhores ministros da atualidade. A luta contra a segregação, contra a burguesia virou história para as crianças da quarta série, história de um Che Guevara e um Tiradentes que não se conformaram e suas cabeças viraram troféus nas mãos de seus opositores. Ao ver a história de Virgulino, o Lampião, de como ele desafiou seu tempo, fez tremer o Nordeste, e desafiou toda a ordem de seu tempo, até imagino que se fosse sem sangue ele teria substituído Marx no seu discurso contra a burguesia.
O discurso contra a burguesia tem que ser reformulado, ele precisa se tornar um discurso contra toda a forma de exclusão e de opressão. As vezes paro e penso que o discurso “democrático-socialista”, é quase como uma ferramenta Ocidental de legitimar a sua luta contra todo o resto do mundo. Pelo menos foi a desculpa de Bush ao invadir o Iraque. Na civilização Ocidental acontecem segregações a todo tempo, se exclui o gordo, por estar fora do padrão de beleza,s e exclui os árabes “porque são todos terroristas”, se exclui o negro, o pobre, e até se exclui o rico sem-berço. O discurso deveria se tornar um pouco mais universal para poder captar todas essas realidades, pois não existe um só problema. Entre as classes, existem vários mecanismos de exclusão.
A revolução de 1930 aniquilou o grupo oligárquico dominado pela elite cafeeira paulista, trazendo para o poder uma junta militar, que passa o governo a Getúlio Vargas. Essa revolução queria mudar essa realidade de dominação da oligarquia cafeeira, mas em vez de se “libertar a sociedade”, substituiu a oligarquia pelos industriais. Devia-se pensar em uma sociedade em que todos terão oportunidades de desenvolvimento, tanto econômico quanto cultural, que não seja nivelado por baixo, como nos países comunistas, e nem se exclua a maioria da população como no capitalismo. Deve-se pensar em um novo modelo de sociedade em que os seres humanos são o centro. Utopia? Talvez seja mesmo, mas não é tomando o poder, e fazendo outra hierarquia que se findaram as relações de dominação da sociedade.
Por fim proponho uma reformulação do pensamento do ser humano, onde as pessoas não vejam as outras como escadas,mas sim como todos participantes do mesmo patamar a única forma de “tomar o poder”u. O ser político deve ser mais capacitado para as intempéries, o ser humano sobrevive nos desertos e no frio glacial, desde que tenha conhecimento para isso. O conhecimento é a chave para o fim das dominações, mas não é um conhecimento dado de cima para baixo, pode ser o simples saber tecer baús e redes, mas não de forma alienada, mas sim de forma que proporcione o desenvolvimento das pessoas.
Autora: Dandara Baçã de Jesus Lima – Biblioteconomia 7° semestre



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