Segundo pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral um pouco mais da metade, 51,5%, dos 127,4 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar até o final de 2007 não conseguiram completar o primeiro grau ou apenas lê e escreve. O quadro é ainda mais dramático quando somados os 6,46% de eleitores analfabetos em todo o país.
Marx lutou pelo proletariado e se ele vivesse no século XXI,os trabalhadores já o teriam considerado uma piada, ele seria o Inri Cristo dos trabalhadores.A militância se traiu assumindo cargos políticos, ao ver Caetano Veloso fazendo shows,vivendo de uma forma tão aburguesada, nem se imagina que foi um dos extraditados brasileiros. Os caras-pintadas são os senhores ministros da atualidade. A luta contra a segregação, contra a burguesia virou história para as crianças da quarta série, história de um Che Guevara e um Tiradentes que não se conformaram e suas cabeças viraram troféus nas mãos de seus opositores. Ao ver a história de Virgulino, o Lampião, de como ele desafiou seu tempo, fez tremer o Nordeste, e desafiou toda a ordem de seu tempo, até imagino que se fosse sem sangue ele teria substituído Marx no seu discurso contra a burguesia.
O discurso contra a burguesia tem que ser reformulado, ele precisa se tornar um discurso contra toda a forma de exclusão e de opressão. As vezes paro e penso que o discurso “democrático-socialista”, é quase como uma ferramenta Ocidental de legitimar a sua luta contra todo o resto do mundo. Pelo menos foi a desculpa de Bush ao invadir o Iraque. Na civilização Ocidental acontecem segregações a todo tempo, se exclui o gordo, por estar fora do padrão de beleza,s e exclui os árabes “porque são todos terroristas”, se exclui o negro, o pobre, e até se exclui o rico sem-berço. O discurso deveria se tornar um pouco mais universal para poder captar todas essas realidades, pois não existe um só problema. Entre as classes, existem vários mecanismos de exclusão.
A revolução de 1930 aniquilou o grupo oligárquico dominado pela elite cafeeira paulista, trazendo para o poder uma junta militar, que passa o governo a Getúlio Vargas. Essa revolução queria mudar essa realidade de dominação da oligarquia cafeeira, mas em vez de se “libertar a sociedade”, substituiu a oligarquia pelos industriais. Devia-se pensar em uma sociedade em que todos terão oportunidades de desenvolvimento, tanto econômico quanto cultural, que não seja nivelado por baixo, como nos países comunistas, e nem se exclua a maioria da população como no capitalismo. Deve-se pensar em um novo modelo de sociedade em que os seres humanos são o centro. Utopia? Talvez seja mesmo, mas não é tomando o poder, e fazendo outra hierarquia que se findaram as relações de dominação da sociedade.
Por fim proponho uma reformulação do pensamento do ser humano, onde as pessoas não vejam as outras como escadas,mas sim como todos participantes do mesmo patamar a única forma de “tomar o poder”u. O ser político deve ser mais capacitado para as intempéries, o ser humano sobrevive nos desertos e no frio glacial, desde que tenha conhecimento para isso. O conhecimento é a chave para o fim das dominações, mas não é um conhecimento dado de cima para baixo, pode ser o simples saber tecer baús e redes, mas não de forma alienada, mas sim de forma que proporcione o desenvolvimento das pessoas.
Autora: Dandara Baçã de Jesus Lima – Biblioteconomia 7° semestre
Nenhum comentário:
Postar um comentário