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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Eleição: Dever de Todos e Alegria de Poucos

As diversas reações provocadas quando as pessoas escutam a palavra Política, decorre da experiência que o ato político, imprimiu no seu papel enquanto cidadão.

O período de eleições é um bom exemplo de como o poder sem legitimidade é incapaz de se manter por um longo período, sem encontrar uma forte oposição e de que forma as relações de poder estruturam a sociedade e afetam as diversas camadas sociais.

No filme Vocação do Poder, dos diretores Eduardo Escorel e José Joffily, observa-se a busca de apoio aos candidatos junto às massas valendo-se sempre de um discurso moralizador, que tem como pano de fundo a pobreza e destina seu foco a uma provável melhoria na qualidade de vida dos eleitores que vivem nas regiões humildes. As trocas de favores – dos candidatos para com os eleitores – típicas do período eleitoral são, na verdade, o embrião da relação clientelista que será estabelecida com o Estado nos anos seguintes, visto que são apenas candidatos e já lançam mão de um assistencialismo banal e totalmente descompromissado, o que resultará na visão paternalista – em que favores usurpam direitos - das massas em relação aos governantes. O clientelismo do período eleitoral é realmente preocupante, pois naquele momento o cidadão da periferia possui o seu voto para ser utilizado como moeda de troca, mas com o término das eleições, ele já não detém mais nada com um valor de troca suficiente, de modo a pressionar os governantes a lhe garantir seus direitos.

Frente a este ato, que no mínimo deve ser adjetivado como revoltante, os moradores das regiões menos afortunadas sentem na pele os efeitos da moral capitalista. Tida como fruto de um sistema que, de acordo com o Marxismo Clássico[1], impõe uma consciência de classe a uma minoria, burguesia, e condena a sociedade a uma cultura individualista, na qual os operários perdem sua consciência de classe e passam a se enfrentar no mercado de trabalho como competidores, gerando uma mais valia cada vez mais significativa para beneficio da classe burguesa.
Os sucessivos escândalos que vem ocorrendo de forma freqüente no cenário político nacional, acabaram provocando um sentimento de repulsa por parte de uma grande maioria da população brasileira, de forma que muitos cidadãos começaram a se auto definir como “Apolíticos”. O termo é usado no intuito de demonstrar uma falta de interesse e descontentamento com a situação atual da política nacional, mas o efeito provocado acaba sendo totalmente contrário e a passividade retratada pelos “Apolíticos” torna-se sinônimo de consentimento para com o cenário atual, passando uma idéia conservadora. Portanto a melhor alternativa é fazer uso prático do conceito de Política, ou seja, tomar decisões, as quais você julgar melhor, que afetem a coletividade da melhor forma possível, ao invés de tratar este assunto como se fosse uma prática alienígena e que em nada te afeta!
[1] O Manifesto Comunista, Karl Marx e Friederich Engels

Autor: Getúlio Henrique - Serviço Social - 3 ° Semestre

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