Em 2002 pela primeira vez na história das eleições presidências brasileiras vence um candidato de partido de esquerda. Depois de passar por derrotadas eleitorais, Luís Inácio Lula da Silva (Lula) e o Partido dos Trabalhadores (PT), auxiliados pelo publicitário Duda Mendonça, tira a imagem de incompetência para gerir o Estado e de despreparo para assumir tal cargo.
Considerando o cenário político que o Brasil estava, um presidente reeleito que pouco fez de políticas sociais, a violência urbana, desemprego, as privatizações. O PT abandona o discurso crítico, ameaçador e revolucionário, para um que fale de melhorias sociais, e busca parcerias com grandes empresários e empresas, começando pelo vice-presidente escolhido. Lula é orientado a porta-se de maneira passe a imagem de um líder político centrado, que não busca somente reformas sociais, mas que preocupa com o mercado também e o seu crescimento. Com essa mudança de eixo de campanha, Lula, consegue a confiança da população pobre, que esperava melhorias sociais, dos empresários, e de partidos políticos.
Não é difícil perceber que todo jogo de marketing traçado por Duda Mendonça, a pequena imparcialidade da mídia durante as eleições, diferentemente do que aconteceu em 1989, 1994 e 1998, onde Lula era divulgado como uma ameaça pro desenvolvimento do país, levou a ganhar as eleições de 2002 e a sua reeleição em 2004.
Não basta apenas ser um líder revolucionário, adotar posturas enérgicas e radicais, num país como o Brasil onde as desigualdades são enormes, o político deve agradar os dois lados da moeda, por um lado o povo carente, por outro a elite que movimenta o mercado e a economia.
Não basta apenas ser um líder revolucionário, adotar posturas enérgicas e radicais, num país como o Brasil onde as desigualdades são enormes, o político deve agradar os dois lados da moeda, por um lado o povo carente, por outro a elite que movimenta o mercado e a economia.
Para ganhar as eleições o PT mudou, Lula mudou. Passou a ser visto como o Lula paz e amor, oi Lula que não tem ideologias políticas, mas procura as melhorias sociais e econômicas. O grande vencedor das campanhas não foi o candidato Lula, mas toda a estratégia de propaganda e marketing, o jogo de alianças, as coligações formadas.
Numa democracia, onde o Estado é senão um sindicato formado para defender os interesses do poder existente (MICHELS, Robert,2008). Depois de três derrotas o PT assume que não é um discurso marxista que ganhará eleições, não basta ser fanático por uma distribuição igualitária de renda, mas para está no poder, tem que defender também o interesse do poder já existente. Não é com um diploma que se ganha eleições, mas com a simpatia, a imagem e a capacidade de persuasão.
Referencial teórico: MICHELS, Robert. / Sociologia dos Partidos Políticos / Editora XXX, São Paulo, 2008.
Autora: Paula de Lima Bernardes
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