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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

FOUCAULT, Michel in Verdade e Poder

É primordial para compreensão do texto citar que esse é uma entrevista, concedida por Foucault a Alexandre Fontana. Assim, além de um discurso informal, tem-se apenas a opinião do filósofo, ou seja, não há contribuições de outrem aos pensamentos nessa escrito. Ainda neste ensejo, é sobressalente o fato de ser apenas um conjunto de questionamentos, em que Foucault tenta respondê-los embasado em seus conhecimentos histórico-filosófico.
A partir disso, tem-se que o escrito apresenta basicamente os conceitos: de acontecimento; de intelectual, em que é definido intelectual específico e intelectual universal; verdade; e poder, esse tem suas bases apoiadas diretamente no saber. Assim:


Poder e Saber:

Foucault afirma que para ser o proprietário do poder, necessariamente, tem-se de possui o saber, ou seja, aquele que possui o saber também é o dono do poder, pois o conhecimento é uma fonte direta de dominação. Cita-se como exemplo, a discussão em sala, nessa foi apresentado o fato de profissionais especializados (economistas e advogados) usarem seu saber específico para impedir que a população opine em questões públicas, como a política.
O autor embasa sua crítica apontando que, em meados da década de 50, os Partidos lançavam palavras de ordem, impedindo que alguns pontos fossem abordados em suas discussões, ou seja, imposição direta de limites a seus dominados. Ressalta-se que, ainda hoje, tal fato pode ser percebido.


Acontecimento:

A definição de acontecimento é bastante ampla, com isso, não é possível simplesmente defini-lo sem antes analisar os aspectos sócio-culturais em que os grupos sociais estão inseridos.
A História, por exemplo, é composta de vários acontecimentos, e esses produzem efeitos e conseqüências diferentes, sua proporção de abrangência também não é semelhante. Ou seja, algo que se passa em uma sociedade como, por exemplo, a paquistanesa não terá a mesma repercussão se tivesse ocorrido no Brasil. Isso ocorre também pelo motivo de a Historia ser uma relação de poder e não relação de sentido, todavia, não quer dizer que haja incoerências totalmente destoantes.

Intelectual específico e universal:

O intelectual pode ser considerado “figura clara” e individual representante de uma universalidade, cujo proletariado seria a forma obscura e coletiva. É importante ressaltar que os intelectuais abordam em seus trabalhos pontos específicos, isso os situaram em condições privilegiadas de trabalho e vida, isto é, ganharam uma consciência concreta. Isso o possibilitou também de possui o direito de falar o que acredita enquanto dono da verdade e justiça. É interessante que os membros da sociedade o ouviam como representante universal.
Foucault classificava os intelectuais em dois grupos distintos – intelectual universal e intelectual específico. O intelectual universal derivou do homem da justiça e da lei. Ele é aquele que opôs a universalidade da equidade de uma lei. É importante citar que esse é portador de valores em que os componentes da sociedade podem se reconhecer. Já o intelectual específico surge a partir da Segunda Grande Guerra. Ele foi visto como “cientista absoluto”. O papel desse torna-se importante na medida em que ocupa responsabilidades políticas, pois ao atender problemas específicos, estará lidando também com problemas das grandes massas.

Verdade:

O autor, primeiramente, estabelece que não há conceito de verdade se não houver o conceito de poder. A verdade é constituída de acordo com o meio social de cada grupo, ou seja, o que é verdade para um grupo não necessariamente será para outro. É também factual que cada sociedade tem o poder de considerar um enunciado falso o verdadeiro e, dentro de suas concepções, aplicar as sanções previstas em suas leis.


Autoras: Taíze Carvalho e Nara Cristina

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