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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Comentário sobre o filme XXY de Lúcia Puenzo, apresentado por Karolline Pacheco Santos.

O problema da sexualidade é algo muito antigo e tema de diversas discussões entre estudiosos como Judith Butler, witting, Simone de Beauvoir, Irigaray, faculdades de medicina, universidades, entre outros que publicaram diversos artigos sobre esse assunto e contribuíram para o entendimento da problemática sexo/gênero que para alguns grupos gera discriminação contra a escolha da opção sexual e o problema dos chamados hermafroditas que, pelo fato de apresentarem os dois órgãos genitais, principalmente devido a um processo teratológico, ou seja, uma má formação embrionária são obrigados a escolher um dos sexos, muitas vezes, prematuramente, por orientação dos pais, onde um dos sexos é extirpado sem que se leve em consideração a decisão da pessoa afetada por essa anomalia. A questão a ser levantada é o fato de essas pessoas chamadas vulgarmente de hermafroditas sofrerem discriminação na escola, no trabalho e em todas as áreas de convivência com outras pessoas tidas como normais. Essa discriminação leva em conta um problema muito mais abrangente e profundo em que só existe a possibilidade de um indivíduo estar classificado no sexo feminino ou masculino sendo que o caráter determinante para a classificação sexual é a existência de determinado órgão reprodutor sendo que o homem apresenta a existência de um pênis e a mulher de uma vagina não existindo espaço para um ser com os dois membros simultaneamente. Segundo Judith butler em seu livro a problemática do gênero ela questiona o que seria sexo e se os fatores determinantes seriam naturais, anatômicos, cromossômicos ou hormonais. Independentemente da causa do problema e fato que o filme demonstra que as pessoas que sofrem com a intersexualidade escondem esse problema, se é assim que se pode chamar, para evitar os constrangimentos em detrimento dessa multiplicidade de órgãos. Na segunda metade do século XX conhecida na medicina como “era da cirurgia”, na qual o sexo do individuo com ambigüidade genital submetia-se a cirurgia de genitoplastia que permitia a eliminação das características indesejáveis e a acentuação daquelas que fossem condizente com o sexo de criação permitindo a escolha do sexo pelo próprio indivíduo hermafrodita. O que é posto no filme de forma clara e objetiva onde Alex é de certa forma coagida a escolher entre um de seus sexos passando assim por uma situação embaraçosa e de difícil solução principalmente pelo fato de não transmitir no filme o desejo pela definição pelo sexo masculino ou feminino. De fato a personagem Alex mesmo tendo uma certa consciência de seu problema não deveria realizar sua escolha sexual sem antes realizar exames endocrinológicos e ser analisada por profissionais da genética clínica, psicólogos, cirurgiões, especialistas em citogenética, geneticistas, anatomista patológico e médicos para poder saber a viabilidade da escolha sexual e servir como parâmetro para a tomada de decisão pela personagem. O fato que foi mostrado no filme, foi a visita do pai de Alex a um frentista que sofria do mesmo problema de hermafroditismo da filha e que havia realizado a cirurgia de genitoplastia optando pelo sexo masculino e o fato de sua mãe ter convidado um cirurgião para analisar a situação da filha para uma provável cirurgia definidora de sexo, o que não seria suficiente para realizar tal procedimento em vista da complexidade do problema. o texto retratando o filme exposto por karolline Pacheco em sala de aula evidencia os principais dilemas enfrentados pela personagem Alex no filme XXY. A autora apresenta grande discernimento em relação ao texto e aborda de forma simples e objetiva o filme demonstrando grande sensibilidade em relação a tema tão complexo principalmente quando fala sobre a marginalização da pluralidade sexual atinente ao ser humano e quando aborda a necessidade de o ser humano ser classificado como macho ou fêmea.

Autor: Alexandre Zandona

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