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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O sonho que virou pesadelo - Reflexões a partir do filme Sonho Tcheco


Por tempos esse povo viveu uma trajetória conturbada marcada por crise, sofrendo os reflexos de conflitos ideológicos. Por que uma população que já passou por circunstâncias desumanas para adquirir produtos básicos, se ludibriaria ao se deparar com um verdadeiro antro do capitalismo.


A manipulação sofrida por essas pessoas pode explicar boa parte dessas atitudes. A mídia tem um poder de influência muito forte sobre a sociedade, e essa relação se torna mais acentuada quando a sociedade se encontra vulnerável e sem perspectivas prosperas.


Os meios de comunicação em massa são os principais mentores dessa manipulação que a mídia exerce. Segundo Hibert I. Shiller[1] “As mensagens dos MCM (meios de comunicação de massa) são vendidas aos consumidores através da propaganda, em um processo no qual por sua vez tende a se deteriozar e se tornar cada vez menos informativo Em um processo onde prevalecem interesses econômicos imperativos e ideológicos”.


O individuo se iludi com campanhas e falsas ideologias que o fazem acreditar que ele precisa de certos objetos, precisar ter um modo de vida padronizado, tornando - o mais uma vitima desse processo de alienação coletiva.


O consumismo desenfreado é uma das conseqüências dessa alienação, e o que parecia a concretização de um sonho, de poder ter, de poder ser, agora se torna um pesadelo, tornando essas pessoas escravas de seus desejos e vitimas de suas fraquezas.

E mais uma vez as relações de poder e dominação se fazem presente, tais relações não necessariamente têm que se basear em imposições, o poder se manifesta também para organizar, construir relações e condições e não apenas destruí-las.


Nas palavras de Foucault[2] "Dizendo poder, não quero significar 'o poder', como um conjunto de instituições e aparelhos garantidores da sujeição dos cidadãos em um estado determinado. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de regra. Enfim, não o entendo como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A análise em termos de poder não deve postular, como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao domínio onde se exercem e constitutivas de sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais."



[1] Autor citado por Apud Sart em Meios de Comunicação: Realidade e Mito

[2] FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993.


Autora: Graciene Lilian Lima Silva, Estudante do 3º Semestre de Biblioteconomia.

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