Inscreva-se em icpverao2008
Powered by br.groups.yahoo.com

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Crítica: ao artigo Transporte Ativo - Apocalipse Motorizado

Esta crítica é direcionada ao artigo Transporte Ativo - Apocalipse Motorizado escrito por Felipe Carvalho Silveira, esse foi apresentado como forma avaliativa da disciplina Introdução à Ciência Política – ICP ministrada por Gustavo Amora. Transporte Ativo é um artigo muito interessante, pois busca suas bases teóricas ainda na Revolução Industrial e gradativamente evolui ao ano de 2007. Esse aborda basicamente a temática “carro e seus problemas”.


Creio que esse artigo merece duas classificações: uma positiva e, outra que não é necessariamente negativa. A positiva deve-se a forma como o tema foi abordado, usando como embasamento a cronologia, para isso autor lança pequenos trechos históricos visando uma melhor exploração e abordagem de seu tema. Já a “negativa”, é direcionada a classificação dada por ele ao automóvel, acreditando que esse, atualmente, possui “uma função distorcida daquela para qual foi criado”. Para uma melhor articulação, optei por definir os apontamentos, os quais discordo de Felipe, assim:




  1. “Em pouco tempo, o automóvel tornou-se um objeto de desejo, o sonho de consumo de todos”. Acredito que se o carro chegou a tal patamar não é apenas por ser um objeto de desejo ou que denotasse riqueza, mas por ter facilitado em milhares de vezes a vida do homem. Atualmente, é quase impossível se pensar em grandes centros-urbanos que não possuam uma grande frota automobilística. A principal conseqüência disso é que as montadoras melhorem seus produtos para que além de atender melhor os seus clientes, possam lhes possibilitar a escolha, de acordo com suas finanças, do melhor veículo. Fato que possibilita o desenvolvimento econômico.


  2. “Políticas públicas tiveram que ser adotadas, como, por exemplo, no lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento e, como conseqüência, em vez de vozes, motores e buzinas”. Esse é um ponto importante, pois, simultaneamente, concordo e discordo, o fato de terem surgido novas e grandiosas construções (shoppings) não foi apenas para adequação ao crescimento da quantidade de veículos, e sim para proporcionar a sociedade um melhor conforto, dentro de suas atuais necessidades. È quase impossível imaginar uma metrópole como São Paulo dotada de praças, porque, hoje, visa-se o bem-estar humano que, infelizmente, está se distanciando de elementos simples de comodidade e, cada vez mais, aproxima-se de uma realidade, em que o importante é a aquisição de bens e finanças.


  3. “O inchaço nas grandes cidades foi avançando no passar das décadas. A conseqüência desse aumento na quantidade de carros nas ruas foi se agravando”. O aumento do número de carros denota diretamente dois fatos: primeiro, a população possui um maior poder aquisitivo; segundo, os transportes públicos oferecidos não atendem as necessidades diretas do cidadão. Pode-se perceber isso a partir das afirmações: as passagens possuem um alto custo, em Brasília, por exemplo, é possível gastar até R$ 10,00 para se deslocar de uma cidade satélite para o Plano Piloto (distância média de 30 km); os ônibus além de antigos, são de péssima qualidade e, muitas vezes, quebram durante seu percurso; há uma demora tanto ao esperá-los quanto nos trajetos (em média uma hora em algumas linhas).

Em acordo com o exposto, acredito que o carro não deve ser visto como “grande vilão”, ao contrário, ele facilita muito o cotidiano daqueles que o utilizam. No entanto, deve-se buscar maneiras de reduzir os malefícios que ele causa ao meio-ambiente. É ainda sobressalente que o “descontrole” na compra de automóveis é basicamente pela ausência de um transporte publico que faça jus à sociedade. Assim, é necessário que haja um replanejamento de toda a estrutura do transporte público brasileiro. Talvez, seja possível também o incentivo a transportes alternativos como a bicicleta ou carona solidária (pessoas que vão ao mesmo local possam alternar o uso de seus veículos). Por fim, afirmo que o ideal não é acabar com os carros, mas criar outros meios de transportes que possam ter um menor custo e seja menos danoso à natureza.



Autora: Taíze Carvalho

Um comentário:

Anônimo disse...

"Atualmente, é quase impossível se pensar em grandes centros-urbanos que não possuam uma grande frota automobilística" na verdade eu acho que houve uma 'inversão de consequencias' o carro nao facilita a mobilidade nesses grandes centros urbanos como se fosse a panaceia do mundo contemporaneo, as distancias aumentaram devidos aos carros, se tem cada vez mais necessidade de criar mas estradas, aumentar faixas, viadutos em funçao do crescente numero de carros, assim aquele velho direito basico de ir e vir so é direito de fato p/ quem possui um carro, a partir dai vc cita que "O aumento do número de carros denota diretamente dois fatos: primeiro, a população possui um maior poder aquisitivo" nao necessariamente. a necessidade eo aumento dos carros de forma alguma denota um aumento d epoder aquisitivo nao é a toa que quem compra carro geralmente divide em parcelas infindaveis em vista de alcancar o mesmo poder de ir e vir tao limitado a quem possui automoveis. "o fato de terem surgido novas e grandiosas construções (shoppings) não foi apenas para adequação ao crescimento da quantidade de veículos, e sim para proporcionar a sociedade um melhor conforto, dentro de suas atuais necessidades.È quase impossível imaginar uma metrópole como São Paulo dotada de praças, porque, hoje, visa-se o bem-estar humano que, infelizmente, está se distanciando de elementos simples de comodidade " atuais necessidades? qual necessidade de mais de um shopping por exemplo em uma cidade?! siiim nos queremos a simples comodidades, praças, parques! eu digo isso por ter tido a experiencia de ter que brigar por uma praça e uma biblioteca publica do centro de taguatinga (teatro da praça) que ia ser desapropriada p/ construçao de mais um shopping! sinceramente essa dequaçao da realidade que voce tanto cita se aproxima mais de um conformismo desinformado.