Inscreva-se em icpverao2008
Powered by br.groups.yahoo.com

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Crítica sobre o Artigo “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade” da Autora Larissa Melo, estudante do 7º Semestre de Biblioteconomia

A análise do filme XXY, feita no artigo“Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade" apresenta em seu título a existência de um padrão, socialmente determinado para os sexos masculino e feminino. Em sua introdução a autora apresenta uma relação das questões que rondam a cabeça de Alex com o trabalho de Judith Butler, que não trata o gênero como sinônimo de sexo, mas como nas ciências sociais, analisa às diferenças sociais, conhecidas nas ciências biológicas como papel de gênero.


Partindo da afirmação "A gente não nasce mulher, torna-se mulher", Butler aponta para o fato de que o conceito de gênero explicitamente deve excluir referências para as diferenças biológicas e focar nas diferenças culturais. É interessante ressaltar que Butler parece ter questionado o momento em que acontece essa construção do gênero. Foi devida a essa questão que várias das teorias feministas sobre gênero foram por ela discutidas.


No filme, a revelação da fragilidade e da eventualidade da ordem simbólica fundadora de nossa sexualidade gera, para a questão dos gêneros sexuais e da ambigüidade que há no intersexo, um forte contato com a realidade dos indivíduos que tem, como escolha, o sexo que querem ter. A figura do pai de Alex possui um papel especial, pois é ele que percebe que talvez a “filha”, seja no fundo um filho. É possível observar que este compartilha da idéia de Butler, reconhecendo os papéis de gênero como uma prática, ou seja, de caráter performativo.


Acredito que o senso de erotismo e sexualidade da sociedade é manipulado desde muito cedo, assim como outras áreas relacionadas à socialização dos seres humanos, minando as mudanças que podem ser alcançadas por meio de grupos que tem como identidade não a sua natureza, mas sim a sua interpretação. Com isso as estratégias políticas que podem ser capazes de derrubar as noções naturalizadas do gênero devem ser empregadas para garantir a participação do indivíduo no processo de tomada de decisão quanto a seu tratamento


Por fim, deve-se mencionar que a autora confundiu a definição de Intersexo com uma determinada síndrome a qual a característica mais importante e a presença de um cromossomo X adicional (47,XXY).


Bibliografia:

BUTLER, Judith. "Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do pós-modernismo". Cadernos Pagu, n. 11, p. 11-42, 1998. Tradução de Pedro Maia Soares para versão do artigo "Contingent Foundations: Feminism and the Question of Postmodernism", no Greater Philadelphia Philosophy Consortium, em setembro de 1990.



Autor: Felipe Carvalho Silveira, Estudante do 10° Semestre de Agronomia

Um comentário:

Anônimo disse...

A autora do filme não confundiu, ela apenas brincou com estas letras que são os símbolos dos sexos para a ciencia.