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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Resumo: Representação Política, Identidade e Minorias. Iris Marion Young.

Representação

- Relacionamento diferenciado entre atores políticos engajados num processo que se estende no espaço e no tempo.
- Necessidade da Representação.
A representação é necessária porque a rede da vida social moderna freqüentemente vincula a ação de pessoas e instituições num determinado local a processos que se dá em muitos outros locais e instituições. Nenhuma pessoa pode estar presente em todos os organismos deliberativos cujas decisões afetam sua vida, pois eles são numerosos e muito dispersos.
- A representação política não deve ser pensada como uma relação de iden­tidade ou substituição, mas como um processo que envol­ve uma relação mediada dos eleitores entre si e com um representante.


Conceito de Différance

- Pensar as entidades em termos de différance mantém-nas em sua pluralidade, sem requerer sua unificação numa identidade comum.
- As coisas são similares sem serem idênticas e são diferentes sem serem contrárias entre si, dependendo do ponto de referência e do momento em um processo.


Relação de Conexão entre Representantes e Representados

- Em vez de interpretar o significado normativo da representação como o ato de propriamente pôr-se pelos eleitores, devemos avaliar o processo de representação de acordo com o caráter do relacionamento entre o represen­tante e os eleitores.


Autorização e Prestação de Contas

- A autorização é um importante indício de representação. Uma pessoa que representa outras de forma oficialmente institucionalizada precisa estar autorizada a falar por elas e, talvez, a uni-las.
- A representação é um relacionamen­to diferenciado entre eleitores e representantes, em que a desconexão é sempre uma possibilidade e a conexão é mantida ao longo do tempo por meio de antecipações e retomada em momentos de autorização e prestação de contas.
- O representante está autorizado a agir, mas suas avaliações estão sempre em questão. Saber se ele agiu ou não conforme aquela autorização é uma questão pospos­ta a um momento ulterior, quando ele vier a prestar contas de suas ações aos representados.


Modos de Representação

- Interesses, opiniões e perspectivas.


Interesses

- Aquilo que afeta ou é importante para os horizontes de vida dos indivíduos ou para as metas das organizações.
- Interesses como auto-referentes e como algo diverso de idéias, princípios e valores.
- A representação do interesse é corrente na prática políti­ca, e talvez haja mais teoria da representação do interesse do que de qualquer outro tipo de representação.


Opiniões

- Princípios, valores e prioridades assumidos por uma pessoa na medida em que fundamen­tam e condicionam seu juízo sobre quais políticas devem ser seguidas e quais fins devem ser buscados.
- Juízo ou crença sobre como as coisas são ou devem ser e os critérios políticos que daí se seguem.
- Os partidos políticos são o veículo mais comum para a representação de opiniões.


Perspectiva

- Cada perspectiva social é particular e parcial com relação ao campo social em seu todo, e, a partir de cada perspec­tiva, alguns aspectos da realidade dos processos sociais são mais visíveis que outros.
- Uma perspectiva social não comporta um con­teúdo específico determinado.
- A idéia de perspectiva busca captar a sensibilidade da experiência do posicionamento num gru­po, sem especificar um conteúdo unificado para aquilo que a percepção vê.
- Os partidos políticos são o veículo mais comum para a representação de opiniões.


Representação de grupos marginalizados

- A desigual­dade socioeconômica estrutural com freqüência produz desigualdade política e exclusão relativa das discussões políticas influentes.
- Pro­piciar maior inclusão e influência aos grupos sociais sub-representados pode contribuir para que uma sociedade enfrente e reduza a desigualdade social estrutural.
- Em qualquer forma que assuma a representação de grupos não deve ser concebida somente por referência a atributos compartilhados por pessoas, assim como não consiste na manifestação de algum conjunto de opiniões, interesses ou experiências que todos os membros do gru­po compartilhem.
- Qualquer forma ou sistema de representação coloca o problema de haver “um só para muitos”, e a meu ver esse problema é mais bem enfren­tado pelos relacionamentos ativos de autorização e presta­ção de contas entre representantes e representados.
- Os princípios liberais de livre expressão e associação devem nortear a representação dos interesses e opiniões. Todos devem ter liberdade de expressar opini­ões e de se organizar coletivamente para torná-las públicas. Todos devem ser livres para organizar grupos a fim de pro­mover interesses particulares. Ambas as liberdades devem ser limitadas por regras que garantam uma similar liber­dade aos outros e proíbam atividades que lhes provoquem danos injustamente.
- Políticas de inclusão.



Autor@s: Mikael Neres Pereira e Graciene Lilian Lima Silva

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