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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Mais um recorde de vendas

Esta semana assisti mais uma notícia de record de vendas de carros novos, em janeiro deste ano se constatou um aumento de 40% nas vendas em relação a janeiro de 2007. As montadoras já não estão dando conta de atender a procura e a espera por um zero quilômetro pode chegar a três meses para os veículos mais populares. O mais interessante foi notar a alegria do repórter ao dar a notícia.
Se por um lado estes números impressionantes aquecem o mercado, gerando empregos, e fortalecendo o comércio, por outro entopem cada vez mais os grandes centros e contribuem para um outro aquecimento, o global!

Existe todo um fetiche, toda uma ilusão criada em torno do consumo de um carro, podemos notar no filme Apocalipse motorizado, a construção social de que é feita segregando as pessoas que não o possuem. “Não seja mais dirigido, dirija!”, esta é a frase presente em uma das propagandas exibidas no filme, ela coloca um ponto de vista que retrata o “Mito do consumo interminável” que está impregnado em nossa sociedade.

Segundo Illich (1985) há um monopólio radical que cria a dependência entre o homem e as ferramentas industrializadas. Assim as cidades são planejadas e modeladas em função do automóvel, as doenças só são curadas com drogas fabricadas em laboratórios, a alimentação depende de comidas industrializadas, a comunicação depende do telefone, e para manter-se informado sobre os novos padrões estipulados necessitamos da televisão, rádio e internet.

Nossas escolas são primordiais no processo de reprodução deste modelo, já que o saber é um bem exposto ao mercado. O conhecimento é mercantilizado, as instituições de ensino estão legitimadas pela sociedade para monopolizar o saber. Assim a escola institucionalizada buscando sua perpetuação, exerce controle social para padronizar mentes consumidoras.

Voltando aos automóveis, temos como alternativa para a questão do aquecimento global o uso de biocombustíveis que é uma alternativa positiva, mas se o crescimento da produção deste setor implicar em derrubada de floresta, como ocorre na ampliação das fronteiras agrícolas para expansão agropecuária e agricultura, este fator positivo é neutralizado.

A maioria das medidas adotadas até hoje me parecem mais uma jogada de marketing, um oportunismo, já que este é o assunto do momento. Devemos rever nossos hábitos e reduzir o consumo!
Bibliografia:

ILLICH, I. La convivencialidad. México: Joaquim Mortiz/Planeta, 1985. (pág. 65 a 81).

Autor: Rodrigo César Cavalcanti do Nascimento - Química 7º semestre

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