Antonio Gramsci nasceu na Itália em 1891 e faleceu em 1937. Foi um combatente ferrenho do fascismo e do liberalismo, tendo como seu principal adversário o também italiano Benedetto Croce.
O que autor pretende neste texto é trazer os conceitos de hegemonia, Estado e sistema elaborados em Gramsci para uma realidade mais próxima da brasileira. Entretanto, o autor aprofunda sua análise nos conceitos e idéias elaborados por Gramsci.
Este breve resumo irá considerar além da leitura da obra, as questões discutidas em sala de aula quando de sua apresentação.
Este breve resumo irá considerar além da leitura da obra, as questões discutidas em sala de aula quando de sua apresentação.
O propósito de Gramsci foi o de estudar as categorias elaboradas por Karl Marx e alguns de seus sucessores. Neste sentido, Gramsci irá considerar que Marx fora bem em descobrir que a superestrutura é definida a partir da economia. O problema, entretanto, é que Gramsci, assim como alguns autores que sucedem Marx – como é o caso de George Sorel – identificam que apesar de acertada, a colocação de Marx não é suficiente. Aprofundando-se mais no estudo dessas relações, Gramsci irá mostrar que mesmo alguns elementos que Marx introduzirá na superestrutura, funcionam muitas vezes como estrutura e servem para a transformação da primeira, quando não de sua manutenção. É a partir da análise destes conceitos que Gramsci trabalha suas idéias e críticas ao socialismo marxista – sabendo-se que Gramsci era bastante afeto ao comunismo.
Na parte que concerne à origem histórica do Estado, o autor mostra como Gramsci concorda com Marx, apesar de suas peculiaridades. A afirmação de que a não concordância das fronteiras geográficas com as fronteiras econômicas faz refletir o conflito entre as velhas e novas relações sociais e econômicas identifica o conjunto de idéias de Gramsci àquele exposto por Marx. A preocupação com a problemática da identificação cultural, porém também econômica para a definição das fronteiras de um Estado não se procedem de forma rápida. É por essa razão que é preciso a formação, num determinado espaço geográfico, de uma elite dominante capaz de gerir e criar uma força policial, por meio da qual, faz materializar a força e transforma aqueles que não detém os meios de produção em instrumentos do seu conjunto econômico. Este será o elemento definidor do Estado. Após estas determinações, é que se passa ao momento de sua definição geográfica.
A partir da criação deste Estado consolida-se então as antigas formas em elites e classes dominantes. Gramsci também concorda com Marx que a detenção dos meios de produção é determinante para se fazer prevalecer. Ora, é a classe dominante aquela capaz de inserir uma determinada ideologia em uma cultura, quando não mesmo criá-la. Aqui, cabe uma questão colocada em sala que é a seguinte: até que ponto está construção cultural não reflete, na verdade, um ato de violência simbólica realizado por uma classe dominante que se utiliza do Estado para sua efetivação? A chamada raison d´Etat ou razão de Estado é aqui formulada não como um ideal de que o Estado, tomado separadamente da sociedade, procede a formas culturais que lhe são próprias e passa a agir isoladamente com seus objetivos e propósitos próprios. Ele é um instrumento da classe dominante, da elite.
Por fim, o texto trata da definição que Gramsci utiliza de sistema. Esta noção Gramsci a buscou fortemente em George Sorel. Fazendo primeiro uma consideração sobre os diversos sistemas filosóficos, Gramsci defende que o marxismo se coloca acima dos outros pelo seguinte: é um conjunto de idéias sistemático, como talvez o é o de Hegel e como não o é o de Nietzsche. Entretanto, diversamente dos sistemas fechados de pensamento, o marxismo se lança constantemente à transformação, sem que o seu núcleo de intenções e categorias seja alterado. Gramsci entende que o marxismo é capaz de adequar-se aos momentos históricos particulares a cada Estado. Daí acreditar que os momentos de uma revolução se não se dão ao mesmo tempo em todos os Estados é porque cada um destes vive um momento histórico diferente. Gramsci vai mais longe e afirma que o marxismo pode transformar-se a tal ponto que se admitiria a possibilidade de criação de novas categorias para a explicação de novos fenômenos. Essa dinâmica, acredita Gramsci, é o que diferencia o sistema marxista dos demais.
Espera-se que este breve resumo possa ter sido coerente com o texto e que todos possam fazer bom uso dele. Afinal, o estudo de autores que sucedem Marx, porém que continuam de certa forma o seu ideal, é muito importante nos dias de hoje. É preciso que haja um contraponto às idéias e ideologias do capitalismo vigente, para que assim se realize a dialética histórica e novas formas – espera-se melhores – possam vir às novas gerações.
Autores: André, Sebastião e Ugo.
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