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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Resumo de “Estado e Sociedade, o conceito de Hegemonia em Gramsci”

Antonio Gramsci nasceu na Itália em 1891 e faleceu em 1937. Foi um combatente ferrenho do fascismo e do liberalismo, tendo como seu principal adversário o também italiano Benedetto Croce.
O que autor pretende neste texto é trazer os conceitos de hegemonia, Estado e sistema elaborados em Gramsci para uma realidade mais próxima da brasileira. Entretanto, o autor aprofunda sua análise nos conceitos e idéias elaborados por Gramsci.
Este breve resumo irá considerar além da leitura da obra, as questões discutidas em sala de aula quando de sua apresentação.
O propósito de Gramsci foi o de estudar as categorias elaboradas por Karl Marx e alguns de seus sucessores. Neste sentido, Gramsci irá considerar que Marx fora bem em descobrir que a superestrutura é definida a partir da economia. O problema, entretanto, é que Gramsci, assim como alguns autores que sucedem Marx – como é o caso de George Sorel – identificam que apesar de acertada, a colocação de Marx não é suficiente. Aprofundando-se mais no estudo dessas relações, Gramsci irá mostrar que mesmo alguns elementos que Marx introduzirá na superestrutura, funcionam muitas vezes como estrutura e servem para a transformação da primeira, quando não de sua manutenção. É a partir da análise destes conceitos que Gramsci trabalha suas idéias e críticas ao socialismo marxista – sabendo-se que Gramsci era bastante afeto ao comunismo.
Na parte que concerne à origem histórica do Estado, o autor mostra como Gramsci concorda com Marx, apesar de suas peculiaridades. A afirmação de que a não concordância das fronteiras geográficas com as fronteiras econômicas faz refletir o conflito entre as velhas e novas relações sociais e econômicas identifica o conjunto de idéias de Gramsci àquele exposto por Marx. A preocupação com a problemática da identificação cultural, porém também econômica para a definição das fronteiras de um Estado não se procedem de forma rápida. É por essa razão que é preciso a formação, num determinado espaço geográfico, de uma elite dominante capaz de gerir e criar uma força policial, por meio da qual, faz materializar a força e transforma aqueles que não detém os meios de produção em instrumentos do seu conjunto econômico. Este será o elemento definidor do Estado. Após estas determinações, é que se passa ao momento de sua definição geográfica.
A partir da criação deste Estado consolida-se então as antigas formas em elites e classes dominantes. Gramsci também concorda com Marx que a detenção dos meios de produção é determinante para se fazer prevalecer. Ora, é a classe dominante aquela capaz de inserir uma determinada ideologia em uma cultura, quando não mesmo criá-la. Aqui, cabe uma questão colocada em sala que é a seguinte: até que ponto está construção cultural não reflete, na verdade, um ato de violência simbólica realizado por uma classe dominante que se utiliza do Estado para sua efetivação? A chamada raison d´Etat ou razão de Estado é aqui formulada não como um ideal de que o Estado, tomado separadamente da sociedade, procede a formas culturais que lhe são próprias e passa a agir isoladamente com seus objetivos e propósitos próprios. Ele é um instrumento da classe dominante, da elite.
Por fim, o texto trata da definição que Gramsci utiliza de sistema. Esta noção Gramsci a buscou fortemente em George Sorel. Fazendo primeiro uma consideração sobre os diversos sistemas filosóficos, Gramsci defende que o marxismo se coloca acima dos outros pelo seguinte: é um conjunto de idéias sistemático, como talvez o é o de Hegel e como não o é o de Nietzsche. Entretanto, diversamente dos sistemas fechados de pensamento, o marxismo se lança constantemente à transformação, sem que o seu núcleo de intenções e categorias seja alterado. Gramsci entende que o marxismo é capaz de adequar-se aos momentos históricos particulares a cada Estado. Daí acreditar que os momentos de uma revolução se não se dão ao mesmo tempo em todos os Estados é porque cada um destes vive um momento histórico diferente. Gramsci vai mais longe e afirma que o marxismo pode transformar-se a tal ponto que se admitiria a possibilidade de criação de novas categorias para a explicação de novos fenômenos. Essa dinâmica, acredita Gramsci, é o que diferencia o sistema marxista dos demais.
Espera-se que este breve resumo possa ter sido coerente com o texto e que todos possam fazer bom uso dele. Afinal, o estudo de autores que sucedem Marx, porém que continuam de certa forma o seu ideal, é muito importante nos dias de hoje. É preciso que haja um contraponto às idéias e ideologias do capitalismo vigente, para que assim se realize a dialética histórica e novas formas – espera-se melhores – possam vir às novas gerações.


Autores: André, Sebastião e Ugo.

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