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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Crítica ao artigo XXY – Lucia Puezo de autoria de Larissa Timo

Com o passar dos anos o que se tem observado é a ampliação do que seria o conceito de sexo e gênero, como se observa no sugestivo título da obra: Os Cinco Sexos e porque Macho e Fêmea não são suficientes, da autora feminista Anne Fausto. O título é perfeito para tocarmos no ponto chave da questão, a identidade!

O sexo, entendido biologicamente, há muito tempo já não é tido como sinônimo de gênero, logo nascer com o sexo feminino não indica que o individuo será uma mulher, mesmo que viva parte significativa de sua vida de forma feminina. Entretanto quem determinou o que é um modo de vida feminino? Onde está escrito que rosa é pra meninas e azul é para meninos? Simplesmente não está escrito em lugar algum e o que ocorre é uma reprodução de valores, de forma que os cidadãos que não se adequem estão sujeitos a sofrer algum tipo de enquadramento.


Não há espaço e nem tolerância para se compreender que um individuo que nasce mulher pode se identificar com os hábitos masculinos e fazer uma cirurgia de mudança de sexo e derrepente, este cidadão não é nem homem nem mulher, mas um meio termo. Existe uma divisão valorativa e hierárquica da humanidade em dois grupos distintos: homens e mulheres! Não cabe qualquer outro substantivo entre esses dois.


Graças, principalmente, ao movimento feminista essas questões ganharam espaço para serem discutidas na academia e em outros espaços de extrema importância. Feminismo é um movimento pela eliminação da opressão sexista (Hooks, 1990 pág 4). Contudo nem o feminismo, um movimento que luta por igualdade, esteve livre das contradições na sua gênese. Para que as mulheres brancas e pertencentes à elite pudessem entrar no mercado de trabalho, foi necessário que uma parcela de mulheres pertencentes a uma classe social inferior – e que já se encontravam no mercado de trabalho, realizando tarefas domésticas - assumissem definitivamente o posto de dona de casa.



Bibliografia:
FOCAULT, Michael- Herculine Barbin: O diário de um hermafrodita. Rio de Janeiro: F. Alves, 1982
HOOKS, Bell. Yearning: Race, gender, and cultural politics. Boston: South End Press, 1990.


Autor: Getúlio Henrique 3° semestre do Serviço Social

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