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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sicko - O quanto vale a vida de um Ser Humano?

Certamente o filme Sicko é polêmico devido ao fato de mostrar um lado até então não conhecido sobre o plano de saúde nos Estados Unidos. A maioria das pessoas acha (e eu também achava) que os EUA são um país “ideal” onde as pessoas desfrutam de alta qualidade de vida.
O filme mostra que para um cidadão americano possuir um plano de saúde é necessário se enquadrar em um determinado perfil, no qual são listadas a faixa etária, peso, sexo e como já não bastasse tudo isso, o indivíduo ainda não pode possuir nenhum tipo de doença, o que soa irônico por se tratar de um plano de saúde. Por outro lado, o filme mostra o cuidado que os governos de Cuba e do Canadá têm com a população. Nesses países os cidadãos têm acesso gratuito à saúde, sem nenhum custo para isso. Os impostos pagos são investidos em saúde, educação, cultura, lazer dentre outros benefícios que são direito de todos.

O que me chamou atenção foi o fato de um americano que perdeu dois dedos e o médico friamente lhe disse o preço da reconstituição de cada dedo, e logo após quis saber por qual ele poderia pagar. Em contraponto, no Canadá pessoas entrevistadas nas emergências de alguns hospitais testemunharam que nunca ficaram mais de 45 minutos na fila de espera, independentemente do tipo de tratamento que as mesmas necessitam.

Como estudado no livro O Príncipe de Maquiavel podemos afirmar que o jogo político não segue regras morais, pois o valor da vida humana foi menosprezado no caso do americano que certamente receberia o mesmo tratamento se ao invés dos dedos fosse algo mais grave que lhe custasse a vida.

No Brasil não é muito diferente, para conseguir atendimento médico é necessário horas numa fila e às vezes muitos morrem por causa desse desfalque (proposital ou não) na rede pública brasileira. Será que manter essas deficiências não convém ao governo? Pois a meu ver há uma tentativa de manipulação das reações do povo ao concentrar a atenção da população para fatos polêmicos o que impossibilita maior atenção a outras decisões políticas que afetam diretamente a vida cotidiana da população. Para exemplificar esse raciocínio podemos citar o fato da CPMF que acabou, mas em contra partida, vários outros impostos tiveram suas alíquotas aumentadas. O que gerou certa revolta na população, pois ficou demonstrado que a intenção do governo não foi acabar com a CPMF para que todos pudessem pagar menos impostos, já que rapidamente buscou-se uma maneira para compensar os recursos que deixariam de ser arrecadados com a perda da CPMF. Esse fato começou a gerar grande repercussão na população, causando polêmica e evidenciando a vida política já que todos nós estávamos atentos aos acontecimentos e suas conseqüências. Assim repentinamente surgiu a Febre Amarela que causou pânico geral, todos precisavam se vacinar o mais rápido possível. O índice de mortes causadas pela Febre Amarela sempre foi o mesmo, mas só a pouco foi divulgada a doença e incentivada a sua prevenção. A população começou a ficar fora do controle por não haver vacinas o suficiente para todos. Rapidamente o Ministro da Saúde passou na televisão tentando acalmar a população dizendo que o problema não era tão grave. O engraçado é que a população, que possui memória muita fraca esqueceu do caso da CPMF, sendo o assunto “resolvido” e não mais divulgado. Enfim, será que ao viver numa sociedade idealizada não faria com que a população desse mais importância a assuntos relacionados a administração do próprios país? Será que essas deficiências não continuam deficientes propositadamente?


Autora: Nara Mendes, estudante do 5º semestre de Ciências Contábeis

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