Luis Felipe Miguel formou-se em graduação no ano de 1988 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tornando-se mestre e doutor nos anos de 1992 e 1997 pelas Universidades de Brasília (UnB) e de Campinas (UNICAMP), respectivamente. Atualmente ele é professor associado da UnB e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Possui como áreas de estudo a mídia e a política.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, ao longo do século XX, houve não apenas uma reorganização dos ritmos da vida cotidiana e das fronteiras entre diferentes esferas sociais (com a uniformização do acesso a informação), permitiu-se a modificação de todo ambiente político. Ao assumir o papel de difusora principal do conhecimento, a mídia adquiriu a capacidade tanto de representar as temáticas e discussões sociais quanto de influenciar diretamente sobre a formação e o desenvolvimento de capital político, ainda que não possua o monopólio sobre essas ações. Na medida em que a mídia promove o acesso aos agentes políticos e a seus discursos, o prestígio e o reconhecimento social tornam-se dependentes da imagem transmitida pela mídia.
Percebe-se portanto, que num ambiente repleto de interesses (econômicos e sociais) a neutralidade da mídia é um aspecto no mínimo fantasioso, ainda que a política se constitua como um jogo político de bastidores e palco, a mídia possui caráter decisório na formulação da apatia social e na divulgação de informações dos bastidores (muitas vezes fundamentais, como o escândalo de Watergate).
Num sistema político consensual o desafio é alcançar uma representação mais equânime dos diferentes interesses sociais, para que a temática social encontre tanto a classe dominante quanto as minorias dominadas. Passa pela responsabilidade da mídia também esse aspecto, enquanto esfera da representação política: a democratização da esfera política implica tornar mais igualitário o acesso aos meios de difusão social.
Diz-se portanto que os campos da mídia e da política encontram-se interligados, contudo cada um apresenta suas próprias regras e objetivos. Nesse aspecto, os indivíduos pertencentes as esses dois campos necessitam em suas relações dialogar com a lógica do outro, ainda que mantendo os objetivos de seu referido campo. Compreende-se dessa forma que as relações entre política e mídia superam em muito as expectativas de apenas influências diretas e simplificadas de dominação, há toda uma complexidade de interações e conseqüências.
Autores: Mayko Vinícius e Rafael da Fonseca
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